17 outubro 2008

Entre trancos e barrancos

Conciliar um sonho com as responsabilidades nem sempre é possível. Mas a história das bandas Samba de Brincadeira e Subterfúgio Roots aparecem no cenário baiano para desmistificar essa realidade. Todos os integrantes dos dois grupos musicais, (o primeiro de samba e o segundo de reggae), trabalham, estudam e levam a vida musical muito à serio.

Apesar do nome, o samba que fazem não é de brincadeira. Natalie Torreão, uma das cantoras do grupo de samba, afirma que “Desde sempre o intuito foi o de seguir carreira e fazer disso uma profissão. Por esse motivo toda a devoção e sacrifícios em prol da banda”.

Se lançar no mercado é uma atividade extremamente difícil para grupos de samba, uma vez que já existem muitos em Salvador. Natalie diz que as dificuldades estão aí para serem superadas, e em três anos, apesar dos obstáculos, eles conseguem levar a carreira adiante.


Com a tentativa de inovar e criar sua própria identidade, a galera do Samba de Brincadeira mistura Partido Alto, samba funk, Hip Hop e outros estilos, para atrair o público. A banda não esquece de grupos e cantores consagrados na hora de fazer o velho ‘sambinha’, e são influenciados também por, Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e o grupo Fundo de Quintal

Diego, o outro cantor da banda, trabalha na empresa Jr de ADM da UFBA e estuda Administração. Rodrigo, o percursionista, trabalha na coelba e estuda administração com ênfase em Marketing na Cairu. Eles, junto com Natalie e outros integrantes do grupo, são obrigados a apertar a agenda para conseguir achar tempo para ensaiar.

Já a recém formada Subterfúgio Roots, tem um pouco mais de um ano de história. Nesse tempo muita coisa aconteceu. Cantores entraram, saíram, e o que começou como diversão hoje é um trabalho sério. No início eram convidados por seus amigos para tocarem em festas, ao poucos empresas o chamavam para pequenos eventos, e assim conseguiram chegar aos bares mais badalados da cidade. Atualmente vem ganhando a visibilidade que tanto lutaram para conseguir, através dos shows que fazem sempre que rola um tempinho livre.

Quando surgiu a idéia da banda, num papo informal entre Del e Ed (o baixista) sobre o nome a ser dado ao grupo, saiu o Subterfugio. “É o que retrata a banda pra gente, nosso subterfúgio, uma forma da gente esquecer as coisas ruins, os problemas, é o que a gente usa pra se sentir bem e é o que a gente quer que seja pra quem nos ouve”, explica Del.

Del, violonista e backvocal do grupo, estuda jornalismo, trabalha numa loja de roupas e ainda tem que ensaiar semanalmente. “O que sempre atrapalhou, e é nosso obstáculo maior até hoje, é não conseguir conciliar as atividades da banda com nossos outros afazeres. Todos nós estudamos e trabalhamos, então temos pouco tempo para ensaiar e assim fica difícil aceitar propostas para tocar”.

Apesar do choque de agenda, os garotos da Subterfúgio se reúnem todas as quintas feiras à noite para ensaiar. Tocam reggae e surf music, e já começaram a inserir suas próprias músicas no repertório.
Para conhecer o trabalho dessa galera, você pode acessar o palcomp3 da banda, assim como a comunidade no orkut.
O trabalho da Samba de Brincadeira também pode ser conferido no purevolume criado por eles e também orkut.